sábado, 21 de maio de 2016

Suassuna ensina-me que é do dever do artista desenvolver uma absoluta instransigência com relação a tudo o que nos bate à porta pedindo permissão para entrar. Que o artista tem como obrigação moral defender o seu território. Que o chão onde se pisa é fundamental para que se desenvolva a vocação do ofício do artista. É sagrado pertencer à algum lugar e ser fiel a este lugar. Suassuna ensina-me a maravilhosa arte de mandar bananas para tudo o que não diz respeito a uma verdade interior, coisa que lateja na individualidade de uma região, de um povo, ou mesmo dentro disso que eu sei que sou: uma região imensa e invisível, um povo numeroso e silencioso, enfim, um território que é o meu território, e que pode ser o território de todos somente na medida em que ele permaneça sempre assim: o meu querido e inviolável território. 

Ou o artista rema sozinho, ou não rema com ninguém.


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