terça-feira, 3 de maio de 2016

O ser é o agir. É essa separação entre quem eu sou e o que eu faço, por vontade ou desejo, necessidade ou razão, que mata o ator. A vontade e o desejo já são a necessidade e a razão. Essência e potência são uma única e mesma coisa. O ator teria ganhos infinitos se fosse ele menos ator - nesse sentido psicológico de que é preciso investigar uma substância interior até alcançar o modus operandi da personagem - e mais bailarino. O bailarino não salta no instante do salto porque alguma coisa interna o motiva a saltar. Ele salta porque o salto já o motivo interno por si. E é o mesmo que dizer: não existe separação alguma entre ator e personagem. O ser já é o agir. Ator e personagem são uma única e mesma coisa.
Há uma gramática Spinozista (sua ética) que faz frente a todo um edifício stanislavskiano que aí está como verdade arraigada nas nossas considerações sobre a arte da interpretação.



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