domingo, 15 de maio de 2016

Esqueça do 'caráter' da pessoa. Repare nos arredores dessa pessoa. Ela é o que a circunda. Porque podemos fingir o caráter que quisermos ter. E há essa maravilhosa capacidade de deixarmo-nos convencer pela mentira que nos entregam como verdade. Somos excelentes fingidores e igualmente excelentes crédulos. Mas os arredores não mentem. E nem fazem esforço para dizer a verdade. Eles são o que são. E fazem da pessoa o que ela é. Quer queira ela ou não. Os arredores! O entorno! O cenário! A periferia! O bom diretor de teatro não dirige os atores. Muito ao contrário! O bom diretor de teatro é um arquiteto da cena, sabe perfeitamente que é tempo perdido a tentativa de 'moldar' alguém. Molda-se o espaço, aí sim! E, como consequência, aparece quem nele possa habitar. Aquilo que está fora! Os figurinos! A música que toca ao longe! Tudo o que é externo ao 'eu'! É aí que se precisa prestar a máxima atenção. A personagem, seja ela quem for, não interessa nem um pouco.

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