sexta-feira, 20 de maio de 2016

A grande personagem será sempre aquela que está por ser representada. E assim deverá permanecer: uma projeção do impossível. E mesmo aquilo que é tangível deve sustentar uma proporção equivalente de ausências. O ator que representa uma personagem carrega consigo a frustração constante de nunca conseguir tocá-la. E é por isso que ele insiste em continuar representado: para nunca se livrar da tristeza de saber ser impossível representá-la. A felicidade por ser artista é dividida com a equivalente angústia da consciência da derrota. Que é como a vida: vive-se para viver, mas também para confirmar que foi impossível ter vivido.


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