segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Lidar com as banalidades imediatas. Com os pequenos gestos. Prestar atenção numa única respiração. Ajustar um passo, ou no máximo dois. Recolher ao invés de estender. Olhar para lá quando só se olhava para cá. Existir em pequenas dimensões concretas. Essa é dimensão infinita do trabalho do ator. E já é muito, muitíssimo! Trabalho para uma vida inteira! As grandes filosofias, a enxurrada de emoções, a epopeia de um pensamento formulado. Todas essas margens abstratas são como o oceano. Navega-se nele sem precisar pensar que se navega. O necessário é ficar atento ao leme, aos ventos, ao menor sinal de terra à vista. Somos nós, atores, muito mais marujos do que filósofos, poetas, demagogos, ou o que quer que o valha.


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