sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Como o vento. 
Shakespeare é uma enorme árvore cujas palavras pairam penduradas em cada um de seus galhos. Nós, atores, somos o vento. Como se fôssemos o vento, percutimos as extremidades dessa enorme árvore, fazendo, então, uma enxurrada de verbos, adjetivos, substantivos, conjunções mil, interjeições infinitas, rimas e sentenças, enfim, vibrarem na mesma potência com que o vento, invisível, fere o cume dos eucaliptos em dias de ventania. Nós, atores, somos como o vento, invisíveis em sua forma habitual, sem identidade própria, escondidos por detrás da proteção da máscara. Se aparecemos, é para repetir a força do vento, para fazer a folhagem farfalhar, para dar passagem ao turbilhão de textos dessa frondosa e espetacular árvore shakespeariana...


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