terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Vê o mundo como um teatro!
Serás, então, uma personagem de um enredo da tua história
E ainda que clames o papel de protagonista
Ainda assim serás tão somente uma personagem de um teatro
E tal qual o teatro é artificial -
Porque há nele um palco e uma cortina que o fazem ser artificial -,
Tu serás também artificial na mesmíssima medida
E isso é uma coisa boa!
Busca enrijecer-te a alma
E sê tu uma personagem!
Vê o mundo como um teatro!
E saberás relativizar as coisas
Não o que é mais importante daquilo que é menos importante, bom ou mau -
Juízos de valor não qualificam interesse no teatro -,
O que interessa para o teatro é se o que acontece no teatro é interessante ou nada interessante
Assim, não percas tempo querendo ser alguém
Saibas, antes, se o que dedicas a fazer é coisa passível de interesse
Tanto para tu, que és espectador de si mesmo
Quanto para o mundo que também te observas sendo quem finges ser!
Finge sempre!
Ao final de tudo entenderás que não há ética mais bem elaborada que a cerimônia artificial movida pelas fronteiras do teatro
Porque quem finge sabe que finge
E isso já é ser transparente
Isso é não perder-se em ilusões de caráter
É eliminar o pequeno de quem somos
Deixando a parte principal de quem deveríamos sempre ser
A parte que responde pelo nome de
Ator 
Sê um ator
E serás na tua ausência
Completo.



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