terça-feira, 19 de abril de 2016

Shakespeare é genial porque inventa palavras. Machado de Assis é igualmente genial porque inaugura um jeito de dizer as palavras. Fernando Pessoa só é Fernando Pessoa porque há um estilo inconfundível de palavrear Fernando Pessoa no papel. Os três são geniais porque entendem uma coisa básica da arte: tudo já foi dito! Não há novidades em dizer coisa alguma. O que sobra é a forma de como dizer. São autores da superfície. Autores que talham o mármore sem muito dar importância ao que dorme escondido em seu interior. E, por mais paradoxal que seja, nesse exercício de flutuar sobre a essência das coisas, daquilo que já foi pisado e repisado, dito e mastigado, alcançam o cerne da natureza humana. Quisessem eles produzir 'conteúdos' e estariam fadados a mediocridade daqueles que creem que é possível corrigir o mundo.


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