Eu faço o papel, eu não sei o que é o papel. E pouco me interessa sabê-lo. Tivesse eu a consciência do papel a ponto de dizer ao mundo o que ele é, não seria ator. Os acadêmicos são peritos em explicar coisas a si mesmos e aos outros. Os atores não explicam nada, nem a si próprios, tampouco aos outros. Os atores só fazem. E é necessário desenvolver uma certa ignorância voluntária - ou uma inteligência nada conceitual - para simplesmente fazer o que se precisa fazer sem precisar saber o que se faz.
É sempre uma idiotice sem tamanho entrevistar um ator. O pipoqueiro da esquina do teatro seria mais hábil em dar uma entrevista sobre qual assunto seja.
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