quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O que A Tempestade ensina-me?

Sou devedor e grato aos trajes que uso - o manto definitivamente me faz monge!
Especialmente agradecido ao espaço que me ensina a habitá-lo - e sem o qual não haveria chance de haver espaço algum habitado dentro de mim
A direção que tomo é conduzida pelo chão que beija meus pés - não ando, sou andado
Pouco ou quase nada sou - só deixo-me ser quando é permitido que eu seja... LUZ!
A melodia das palavras que saem da minha boca já foram compostas  - sou o seu autor principal somente na medida em que sei que não posso ser eu o autor de nada
Sinto o efeito do vinho sem que dele tenha sorvido uma única gota - danço e canto numa espécie de espiral de tempo ébrio que sempre existiu antes de mim, que sempre fez com que houvesse quem o cantasse, e quem o dançasse.
Sou sustentado por essas estruturas formais e rígidas, e que de tão rígidas e formais - e só por isso! - concedem-se duas preciosas asas de penas falsas
para...
VOAR!

Sou ator quando não sou ator!
Existo quando não existo...
Vejo-me na invisível imagem não refletida de mim.



...



...

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