sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Entende-se o que é interpretar a personagem quando finalmente se descobre que não há personagem alguma para ser interpretada. E que também não é um simples colocar-se como pessoa física a serviço de nada. É um eterno paradoxo que se resume desta maneira: o ator que 'interpreta' a personagem não faz mostrar senão a si próprio, enquanto o ator que mostra-se o tempo inteiro só faz revelar uma personagem capenga daquilo que imagina fugir. A coisa está no entre, no intervalo entre ser e não ser. No final das contas, o trabalho do ator tem menos a ver com construir personagens do que em botar abaixo o seu ego íntimo e inflamado. Eis o mistério.



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