segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Quando você quiser ser ator, não dê tudo de si, não. Dê metade mesmo. Deixe que o 50% restante venha de fora, não dependa do seu talento fulgurante. Ou melhor, dê 30%! Vai que na proporção anterior esteja incluso aquele momento emocionante em que você aperta os olhinhos e embarga um soluço lacrimoso para provar que a personagem está lá, latejante, toda ela sob seu domínio? Olha, quer saber? Dê 5%. Se 5% determinar somente que você esteja lá, de corpo inteiro e sem afetações para representar a bendita da personagem, então é só desse mínimo mesmo de que você precisa. Aliás, compre um gato e jogue fora todos os métodos Stanislavskis e os laboratórios de imersão com a Fátima Toledo. Observe seu gato e veja que qualquer mínimo esforço a mais do que o estritamente necessário já é motivo pro bichano cofiar os bigodes do focinho e, impassível, responder: Miau***

***em livre tradução: Melhor Não.


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