segunda-feira, 27 de junho de 2016

Acredito piamente que o bom ator, a cada passo que dá, deve nutrir a mais firme convicção de que para continuar sendo um bom artista faz-se necessário eliminar as inúmeras habilidades periféricas que lhe impõem de fora como promessa de talentos variados. Acredito que o bom artista vive sempre na angústia de saber fazer cada vez menos coisas. E de ter consciência das suas incapacidades até o ponto de compreender que é impossível representar papel algum. É como o iceberg. O bom artista só aparece alguns metros acima da superfície. O que paira submerso é um contingente inteiro de escuridão não revelada. Mas é só por haver essa massa invisível que é possível existir alguma coisa acessível ao mundo externo. 

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