terça-feira, 14 de junho de 2016

Entrei no elevador e encontrei um sujeito elegantíssimo, trajado na base do terno dos negócios financeiros, tamborilando um celular mais ultra-power que o meu, exalando uma fragrância agridoce do sucesso na vida social. Devia malhar o físico também o tal do sujeito. Devia ter família, um cachorro e programas para as próximas férias. Um belo exemplo do que deu certo nesse mundão recheado por homo sapiens que querem dar certo. Já eu, entrei no elevador com a mesma roupa de ontem, meio descabelado e meio careca, com marca de pasta de dente na calça (nunca entendi quem consegue escovar os dentes sem babar a bendita espuma branca), e, ao desejar um tímido 'bom dia' ao meu companheiro de cabine elevatória, soltei um ligeiro e quase inaudível arroto matinal, fruto dos sucos gástricos récem exigidos pela labuta do desjejum. Devíamos ter a mesmíssima idade, eu e o sujeito do topete alisado (ele tinha gel no topete!), e pensei...:

Jesus, Todo Poderoso que lá de cima nos alumia, como é bom ser ator.


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