sábado, 27 de maio de 2017

O que se diz no teatro é o que não se pode dizer fora do teatro. O que se faz no teatro é o que é proibido fazer fora dele. Quer ser vereador, líder de ONG, ativista de sei-lá-o-quê, animador de #hashtags ou freira carmelita? Não inclua o teatro nas suas pregações...
Tem um povo xiita, aliás, muita gente esclarecida até onde se pode saber, que anda empunhando a palavra OPRESSOR em bandeiras para balizar o que pode e o que não pode ser dito e feito no teatro... Ora, erraram o termo, e feio. Teatro não oprime ninguém, e sim COMPRIME, AMASSA, ACHATA, VIRA DE PONTA CABEÇA, PENDURA PELOS CALCANHARES E SERVE PARA OS ABUTRES BICAR. E qualquer teatro tem essa qualidade, o bom teatro e o teatro ruim.
O que mais assusta é que o fascismo que agora vai se infiltrando nesse território simbólico não vem de fora, da polícia, do poder institucionalizado, da metralhadora apontada direto na face... Vem de gente de dentro do teatro, gente que em algum momento se cristalizou numa caretice intelectual, virando espécies de arautos da bem aventurança, só faltando carregar um bíblia dos bons costumes prensada no sovaco.


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