quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Estamos chegando ao vigésimo Peer Gynt em quase um mês de temporada. São 5 Peer Gynts por semana. Amanhã, domingo, haverá mais um Peer Gynt. A lição e a experiência são duras, ferem direto na carne, porque é a prova de que teatro deveria ser sempre assim, quase que diário, e que quase sempre, nesse nosso tempo atual de idolatria do ator como um garoto propaganda de coisa nenhuma, mimado e afetado ao paroxismo, desacostumamos a pensar o teatro como um ofício, um ter que fazer, uma necessidade constante e sistemática de subir ao palco e abrir as cortinas. E também de saber que a plateia não é a responsável pelo vazio das salas de espetáculos. Os responsáveis somos nós, artistas do teatro, donos de teatro, produtores e gente do teatro, que lidamos com nossa profissão como se ela fosse um passatempo de fim de semana, como se fôssemos nós todos parceiros de um eterno churrasco que assa as lingüiças somente quando o sol desponta no horizonte. 
Que venha mais uma centena de Peer Gynts. Que nós saibamos que o bom teatro só se faz fazendo, e fazendo sempre.


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