segunda-feira, 9 de junho de 2014

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Junto com os anos vem junto o doce elixir da descrença, nasce ele com a queda gradual dos fios capilares da credulidade, desnudando o cocuruto para sua forma original copiado da tenra infância, quando o espírito ingênuo - e por isso mais sábio - cede terreno aos poucos para a burrice madura da utopia. Velhice e infância, estados de senilidade contemplativa e anárquica, refratários aos ímpetos coletivos e reformistas, não são os extremos da existência por acaso. Parece que a vida nos dá a preciosa oportunidade de abrir as cortinas com olhares curiosos, encarar a encrenca de encenar monólogos pendurados por títeres alheios, para, depois e finalmente, desfrutar do espetáculo no conforto anônimo do camarote do restante dos dias...

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