sábado, 7 de junho de 2014

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Sentado num café e padecendo terrivelmente de um desejo de silêncio para poder folhear com paz o livro que acabo de comprar, lembro-me daquela cena em que uma centena de japoneses em meio aos destroços do tsunami aguardam em absoluto mutismo a vez de ganhar um macarrãozinho instantâneo. Aqui, no reino da felicidade tropical, sem rogar a nenhuma hecatombe visível a razão de nossa miséria, são as gargantas que trabalham sem parar, como se ansiosas para romper o tímpano alheio antes que o próprio gogó cale-se para todo o sempre... 

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