sexta-feira, 7 de julho de 2017

Adoro palmito. Daqueles palmitões em conserva (olha a mensagem subliminar!). E palmito é bom porque não tem nada a ver com uma dieta básica, dessas que são essenciais para o organismo manter-se erguido em sua plena saúde. Come-se palmito pelo prazer de comer palmito, e só! Eu, por exemplo, abro uma lata de palmito escondido dos outros, para comer só eu, sem ter que dividir com ninguém! Ai de quem pedir um palmito emprestado! Não dou! Acho o teatro exatamente a mesma coisa do palmito. Teatro é o palmito da dieta. Não é nada essencial, e é por isso - e só por isso! - que ele é coisa urgente e necessária. Não se pode comer um palmito como se come arroz e feijão. É um desperdício do palmito querer dele o que o arroz e feijão faz por nós. Não, não! Se o arroz e feijão são fundamentais, o palmito é comprovadamente supérfluo. E também é a prova de que vivemos para o supérfluo, já que é impossível de fugir do que é fundamental. Que vida desgraçada seria a de viver somente para o fundamental... Isso os animais já fazem. Somos especiais porque vivemos para o que é aleatório, marginal, ou seja, para o que nos satisfaz sem esperar de nós resposta alguma. O teatro é o palmito da dieta! Tirem o teatro do cardápio do PF, para o bem do teatro, e para o bem da nossa saúde!


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