sexta-feira, 17 de abril de 2015

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Há coisa mais estupidamente vazia de criatividade do que um ator emprestar-se a ser uma personagem de si próprio no ofício de sua exposição pública? Há coisa mais fora do eixo do que o ator imaginar-se mais interessante do que a personagem? E, virando ele próprio uma personagem - onde já não há personagem alguma - estereotipado naquilo que é, ou acredita ser, não seria isso, então, duplicar a estupidez? Não seríamos nós, do tempo presente, os representantes mais estúpidos desse ofício que em tempos passados escondeu forçosamente o ator atrás da máscara para que a poesia viesse à tona em menosprezo à pele bem cuidada do seu intérprete?


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