domingo, 3 de agosto de 2014

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Shakespeare deixa-me numa encruzilhada eterna. É a mistura de uma complexidade concreta: há que se ter pulmões sadios para despejar tanto verbo, disposição física para bailar os versos, consciência corporal para estar presente a cada segundo de uma jornada onde absolutamente nada é desperdiçado - um único dedo comunica, uma única pausa abre as fronteiras para universos grandiloquentes... Mas, ao mesmo tempo, é tão simples deixar-se levar por esse rio caudaloso que o autor propõe, exercendo uma ignorância sensível e calculada, em nada havendo o que contribuir àquilo que já existe como potência.
É tão simples, e, por outro lado, tão complicado...



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