quinta-feira, 9 de março de 2017

Se soubéssemos que representamos não seríamos tão péssimos atores assim. A consciência do disfarce é benfazeja ao próprio disfarce. A maré atual de mediocridades está justamente nessa equação: os atores querem abandonar a ideia de que representam para serem verdadeiros, e quem não é ator advoga uma verdade da alma sem desconfiar de que representa um papel tão artificioso quanto o mais tarimbado bufão dos dias. A personagem, reparem, é um argumento de falta de caráter para nossos contemporâneos... quando deveria ser, acredito eu, a nossa carta de alforria para uma convivência menos imbecilizante, generosa e mais criativa.

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