sábado, 21 de novembro de 2015

Adoro a pergunta 'se é arte, ou não é arte'. Que é da mesma dimensão do 'quem sou eu, de onde vim, para onde vou'. Adoro todas elas. E vivo para respondê-las. Todas elas. E desenvolvo teorias universais, estatutos oficiais, postulados paradigmáticos, pílulas esclarecedoras, emplastros de consciência, parágrafos únicos que separam o isso é, do isso não é não! E também pulo de um lado para o outro, a depender do meu estado de ânimo. Sou desses catedráticos autoproclamados e de bigodes longos que vestem toga de veludo e classificam tudo, tim tim por tim tim. E ai de quem desconfiar de mim! Há que se lançar argumentos poderosíssimos para destronar-me do púlpito onde finquei raízes! Porque, sejamos francos, no saldo das misérias terrenas e conceituais, é mais interessante sair por aí apontando a lupa para tudo quanto é possível ver e conhecer, do que, ao contrário, flanar feito uma anta eclética que contenta-se em achar que o mundo é mundo e ponto final. E se nenhuma capivara chega a lugar nenhum ao embrenhar-se nesse eterno e circular exercício da conjectura inútil, é justamente por chegar a lugar nenhum que o tal exercício vale a pena. O significado de qualquer coisa não importa patavinas nenhuma. O que vale é a busca alucinada por compreender o que diabos aquilo significa. Que é o mesmo que tentar compreender o porquê de raios eu ser esse quem sou.

Senhores ecléticos, fazei-me um precioso favor? Ides todos pastar, sim?


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