domingo, 4 de setembro de 2016

Hoje substituí uma das atrizes numa peça cujo texto eu escrevi e também dirigi para a cena. E como é difícil ser ator! Como tudo é sempre mais fácil visto de longe, na proteção da sala escura, na distância da palavra escrita, no cuidado de quem diz aos outros o que fazer quando não é você quem tem que fazer. E como é maravilhoso subir ao palco para sentir a dificuldade que é ser ator, saber-se ridículo, interpretar o ridículo, organizar um força tremenda para inventar possibilidades no absurdo para depois vê-lo desmoronar, e tudo diante do espectador. Como é cruel colocar-se debaixo dos refletores! E por que então o fazemos? Talvez para evitar catástrofes quando a proteção do simbólico não nos suaviza o tombo. É isso: tombamos porque é seguro tombar, e para evitar que se machuque de verdade no chão duro da realidade! 

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